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terça-feira, 11 de maio de 2010

Quem ama, liberta - Video



Um pássaro livre voa para onde quiser. Migra nas épocas de frio para lugares mais quentes, canta com toda sua energia, bate suas asas com vontade, alimenta-se do que a natureza lhe oferece, corteja as fêmeas de sua espécie. 

Ele possui um brilho próprio que atrai e encanta a todos. De tão atraente, acaba sendo vítima de alguém que apodera-se de sua vida, para ter o brilho desse pássaro apenas para si.

Confinado numa gaiola, restrito de movimento, distante das companhias com quem se contenta, tolhido de voar com toda sua energia, perde o colorido de suas penas, o bailado de seu movimento, resigna-se em um território mínimo de subsistência. 

Alimenta-se não do que lhe agrada mas do que lhe dão. Seu olhar torna-se mórbido e come apenas porque a necessidade de sobrevivência lhe impele. Seu canto não é mais extasiante mas tão somente um canto de lamento de quem espera o dia da própria morte...

Somos como os pássaros: cada um tem seu brilho próprio, sua energia, seus desejos e anseios. Tem projetos pessoais, aptidões e vocação. Tem brilho e pode realizar sua vida despendendo da própria emoção. 

Tem a energia, a habilidade para criar e transformar a própria vida e o mundo. Cada qual carrega em si os atrativos que encanta as pessoas com as quais convive e aquelas que chegam, até que um dia, seduzido por alguém que chega, acontece a espontânea entrega.

Saber desfrutar do canto pássaro liberto em seu habitat, vivenciando sua potencialidade, é ser sábio com a natureza. Entender que cada um é parte da natureza, sem ser mesquinho a ponto de querer apoderar-se dessa vida tão radiosa e restringi-la de suas aptidões, é um princípio básico de respeito à vida.

Do mesmo modo que as habilidades e tendências encantam e atraem, poucos são os sábios que conseguem desfrutar dessa natureza sem desejar colocá-la numa gaiola. 

Quando uma pessoa está sozinha, é como um pássaro liberto: tem brilho, vive, desloca-se e faz o que o próprio desejo atrai. Emana as potencialidades da melhor forma porque está em liberdade de ação.

Ás vezes deixa de estar só, quando não se faz mais o que simplesmente deseja, acontece as exigências excessivas de atitudes que não se quer tomar, vê-se tolhido dos lugares e das companhias que mais agradam, alimenta-se somente do que lhe é oferecido, restringe as próprias aptidões para adequar-se ao viveiro onde se é colocado com o próprio tolo consentimento.

Deixa de voar porque perde a vontade, deixa de cantar com intensidade dando lugar ao canto do lamento de quem deixou de viver. Assim como as penas dos pássaros perde seu brilho também perde o brilho do olhar. A face envelhece e torna-se taciturna e febril. Perde aquela essência que fez atrair o algoz.

Se torna deprimido e rebelde com quem o restringiu. Emana em cada gesto a revolta acumulada pela tão cruel mutilação que sofre dos sentimentos. Vira despojo do que um dia se foi, acaba com a própria essência e destrói a própria vida desejando por um rápido fim do sofrimento.

Por vezes, se transforma num ser abominável, de tal maneira que o algoz o abandona à própria sorte. Como um vampiro severo que suga todo sangue até a última gota, tornando-o um pálido cadavérico que não serve para mais nada. Muitas vezes a pessoa se habitua demais a esse cativeiro, de modo que se for libertado um dia, tende a morrer em pouco tempo por ser incapaz de viver liberto...

Somos atraentes enquanto sabemos estar sós. Basta arrumar companhia e esta chega com determinações e regras, como se deve agir e fazer para continuar vivendo. Essas excessivas cobranças restringem completamente os sentimentos que um dia tivemos por ela. 

Mas só se entra nessa mórbida gaiola com a própria permissão. E só guarda seu amor numa gaiola, quem é egoísta e incapaz de entender que o princípio da natureza de cada ser, consiste em permitir que cada um viva sua vida da sua maneira e não da maneira que se deseja.

A natureza é sábia e nenhum ser humano tem capacidade de querer controlá-la. Qualquer tentativa do homem de querer ter controle sobre algo além de sua capacidade de compreensão, só pode levar inexoravelmente à morte.

O melhor amor que se pode oferecer a alguém é dar-lhe a liberdade de ser do jeito que é, com todas as virtudes e defeitos. Só ama quem aceita. O amor é harmonia entre seres e nunca uma coação contra sua essência. Amar é libertar, somar, colaborar, incentivar, agradar. Exigências, já as temos por demais na vida, importante é amar sem regras determinadas...

A pessoa que você ama, deixe-a livre.
Se ela se for, é porque nunca a teve.
Se ficar, é porque a conquistou para sempre!






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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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