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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O Segredo de Bresa




Na Babilônia vivia um modesto alfaiate chamado Enedim. Homem inteligente e trabalhador, ele tinha boas qualidades e por isso despertava muita simpatia na região onde morava. 

Enedim passava o dia inteiro cortando e consertando roupas de muitos fregueses. Embora fosse pobre, tinha esperança de se tornar rico, ter um palácio e grandes tesouros. Porém Enedim pensava: como se tornaria rico passando e repassando agulha em roupas?

Enedim já tinha ouvido falar de grandes tesouros escondidos na terra ou no fundo dos mares. Mercadores estrangeiros falavam de cavernas cheias de tesouros, grutas de diamantes e baús cheios de pérolas. Por isso, ele sonhava divagando com essas longinquas riquezas.

Certo dia chegou à cidade um mercador da Fenícia com tapetes, caixas de ébano, bolas de vidro e uma infinidade de objetos extravagantes que os babilônios apreciavam. Por curiosidade, Enedim examinou as bugigangas e descobriu um livro de mil folhas, com caracteres estranhos. 

Enendim se interessou pelo livro escrito em vários outros idiomas pensando tratar-se da indicação de tesouros. Logo Enedim passou a examinar o livro adquirido e ao decifrar a primeira página, a legenda dizia:  "O segredo do tesouro de Bresa". 

Enedim se entusiasmou com o livro que parecia indicar um fabuloso tesouro. Ao continuar decifrando o misterioso livro estava escrito: O tesouro de Bresa foi enterrado pelo gênio Bresa entre as montanhas do Harbatol. Ali foi esquecido e ainda está esperando que um homem esforçado venha a encontrá-lo.

Enedim ficou intrigado: que montanhas seriam essas? Esforçando-se para decifrar as páginas do livro, Enedim foi obrigado a estudar os hieróglifos egípcios, a língua dos gregos, os dialetos persas e o complicado idioma dos judeus. 

Ao final de três anos, Enedim deixou a antiga profissão de alfaiate e passou a ser o intérprete do rei, pois na cidade não havia quem soubesse tantos idiomas estrangeiros. 

Enedim era respeitado, tinha um cargo bem pago, uma grande casa, mas ele queria mais.  Continuando a ler o livro encantado, encontrou várias páginas cheias de cálculos, números e figuras, por isso foi obrigado a estudar matemática tornando-se grande conhecedor das complicadas transformações aritméticas. 

Graças a esses novos conhecimentos, Enedim podia calcular, desenhar e construiu uma grande ponte sobre o Eufrates. Esse trabalho agradou tanto ao rei que o monarca resolveu nomear Enedim para exercer o cargo de prefeito. 

Ainda assim Enedim se empenhou em decifrar o resto do livro, tendo sido obrigado a estudar profundamente alguns princípios antigos da Babilônia e do povo caldeu. Com esses novos conhecimentos Enedim conseguiu ser nomeado como primeiro-ministro. 

Agora ele vivia um suntuoso palácio perto do jardim real, tinha muitos escravos e recebia visitas dos príncipes mais ricos e poderosos do mundo. Graças ao trabalho e ao grande saber de Enedim, o reino progrediu rapidamente e a cidade ficou repleta de estrangeiros. 

Ergueram-se grandes palácios e foram construídas várias estradas ligando a Babilônia às cidades vizinhas. Enedim se tornou o homem mais notável do seu tempo; ganhava diariamente mais de mil moedas de ouro e tinha em seu palácio mármores, pedrarias e caixas de bronze cheias de jóias riquíssimas. 

Mas Enedim ainda não tinha conseguido descobrir o "Segredo de Bresa", embora tenha lido e relido todas as páginas do livro. Certo dia Enedim procurou um sábio e se referiu à incógnita que o atormentava. Acostumado a decifrar os enigmas da vida, o sábio lhe disse:   


"O tesouro de Bresa já está em vosso poder, meu senhor. 
Graças ao misterioso livro, adquiristes um grande saber. 

Esse saber proporcionou-lhe os invejáveis bens que hoje tens. 
Bresa significa "saber". 

Com estudo e trabalho pode o homem conquistar tesouros maiores 
do que os que se ocultam no seio da terra." 


O sacerdote tinha razão. O valiosíssimo tesouro do gênio Bresa está disponível para qualquer pessoa que esteja disposta a esforçar e adquirir conhecimento. A riqueza prodigiosa não está enterrada em cavernas e nem nas profundezas dos mares. 

Os mais valiosos tesouros estão nos livros que, proporcionando saber aos homens, lhes concede mais do que as maravilhas de mil tesouros encantados. De que adiantaria ter um tesouro sem nada saber? O conhecimento é moeda de ouro que em toda parte tem grande valor...



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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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