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terça-feira, 9 de abril de 2013

Sindrome de Dom Quixote





Quem nunca ouviu falar de Dom Quixote de La Mancha, o cavaleiro andante montado em seu cavalo Rocinante, que junto com seu leal escudeiro Sancho Pança sairam a viver grandes aventuras para honrar o amor que tinha por sua amada Dulcinéia. Essa obra literária, um clássico da literatura mundial criado por volta de 1605 por Miguel de Cervantes, traz uma ficção, mas serve para reflexão. 

Depois ler sobre expedições e batalhas vividas por cavaleiros antes do seu tempo, Dom Quixote perdeu o juízo e viveu sua própria loucura lutando contra guerreiros imaginários, vivendo honrarias inexistentes e até prometendo um reino ao seu escudeiro. 

Dom Quixote não tinha consciência do que fazia. Ele havia se aprofundado tanto naquele mundo irreal que começou a ver coisas, no entanto, suas aventuras não passavam de fantasias que acabavam desmentidas pela realidade.

Por vezes, seu fiel escudeiro Sancho Pança com sua ilimitada cumplicidade, duvidava das histórias, promessas e crenças de seu líder. Porém Dom Quixote se enchia de argumentos que logo o fazia retornar e compartilhar de sua insanidade.

Como toda pessoa sem juízo, Don Quixote encontrava muitas pessoas que preferiam deixar que ele vivesse seu sonho, afinal era apenas mais um louco no mundo. No entanto, uma pessoa sem juízo pode ser suficiente para causar grandes estragos.

Vendo moinhos de vento, Dom Quixote via monstros que deviam ser combatidos. Depois de lutar contra gigantes imaginários ele percebeu que de fato eram apenas moinhos, porém sua imaginação era tão sem limites que ele começou a achar que algum mago o teria hipnotizado fazendo com que ele visse moinhos nos gigantes. Ele sempre encontrava uma forma de transformar a realidade em irrealidade.





Essa é a famosa Síndrome de Dom Quixote, um transtorno depressivo que atinge as pessoas que distorcem o que ouvem e veem coisas que não são reais. Alguns que sofrem dessa síndrome podem se tornar extremamente desconfiados dos outros, não sentem suficientemente amados, creem que outros fazem intrigas de si e que o mundo está sempre contra eles.

Também no mundo existe muita gente que luta contra coisas que não existem, acredita em conspirações e ama pessoas que na verdade não são como elas imaginam. 

Sujeitas a delírios, não conseguem ver as situações e pessoas como são na realidade. E quando constatam como as pessoas realmente são, ainda acreditam que conseguirá modificá-las.

Transtornadas, essas pessoas insistem em reviver seus rancores e vivem continuamente num mundo de tristeza em meio às suas fantasias, que a psiquiatria poderia diagnosticar como paranoicos. Elas são a triste figura de Dom Quixote que ainda continua viva. Todo utópico é um quixotesco, para quem o simples ventilador de teto pode parecer gigantescos moinhos de vento...




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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.

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